E-mail de moradora do Rio de Janeiro - Teresópolis

Eu Não recebi esse e-mail por correntes e etc...ele me foi enviado através de uma amiga, que tem vários parentes no Rio...e a coisa tá feia....se você acessa o meu blog....por favor, por amor ao seu pai, sua mãe, seus filhos e a todos que você ama, ajude essas pessoas...se coloque no lugar dela e pense como seria perder duas, três, quatro ou até vinte pessoas da sua família, logo no início do ano...

Mudei os nomes que estão no e-mail, para preservar a identidade da pessoa que escreveu..Mudei todos os nomes!!

Oi Ana,

Graças a Deus eu moro no centro da cidade, que não foi afetado, mas estou tremendamente abalada, perdi muitos alunos e conhecidos.

Hoje tivemos vários boatos de arrastões e achei melhor não sair de casa. Amanhã meu marido chega de viagem e pretendo ir aos lugares onde estão os desabrigados para ajudar.

Nem sei por onde começar...

Telefones e celulares as vezes funcionam, as vezes não. Por favor, me passe o nome e os números de seus amigos que eu tento ligar daqui e te dou um retorno. Para pessoas que tem amigos e conhecidos com os quais não conseguem contato, pode passar meu e-mail que eu tento contato com os parentes daqui. Não posso sair para procurar, mas posso tentar ligar daqui de casa. Talvez consiga falar.

No Alto e aqui no centro da cidade não aconteceu nada grave. Tudo foi nos bairros... Uma amiga que mora na Posse e conseguiu vir trabalhar hoje, no Clube Comary, disse que veio caminhando e vendo corpos por todos os lados. Tenho certeza de que perdi muitos conhecidos e alunos. Ainda não consegui ir aos lugares onde estão os desabrigados pois o João está viajando e só volta amanhã.

Comida ainda temos. Aqui em casa o grande problema é a água. Temos duas caixas grandes, mas apenas um palmo de água em cada uma. Ontem enchemos numa mina 5 galões de água para cada casa. Acabei de colocar 2 baldes de lixo para colher água da calha para usar no banheiro. Eu sou sócia do Comary e amanhã vamos tentar tomar um banho lá, pois eles têm poço artesiano. O Pedroe a família estão tomando banho de caneca... Não temos como lavar roupa... Estamos bem, mas vivemos um clima de guerra. Quem pode está saindo da cidade.

Obrigada pelo carinho.

Beijos,